terça-feira, 30 de agosto de 2016

A intimidação de uma platéia

Manooo...o que foram esses Jogos Olímpicos? Não só o evento em si mas para a minha vida? Do nada, só coisas boas e notícias excelentes e um reconhecimento tão aguardado. Felicidade não cabe em mim, mas o que mais me importou foi o sentimento de segurança, motivação e esperança que voltaram e espero que fiquem. 

Nunca pensei que fosse dizer isso, mas curti esse bang de ministrar palestras hahahahah. Para quem é tímido e na maioria das vezes tem medo do julgamento das pessoas...enfrentar uma platéia e sua intimidação não é fácil, ainda mais duas palestras em quatro dias. A mão e o corpo suam mais que tampa de marmita, a perna esquerda não para de bater, os olhos não piscam e sem contar manchas vermelhas pelo corpo. Tudo isso é psicológico e faz parte de um processo que quanto mais velho e mais aulas/palestras eu faço, melhor eu controlo esses bangs todos. 

O mais engraçado disso é que sentia todas essas coisas antes de jogar e ministrar uma palestra no museu do futebol lá no Pacaembu me fez lembrar os caminhos do vestiário até o campo depois da reza do Pai Nosso. Mas tudo passou quando a primeira frase é dita no microfone e você se sente confiante daquilo. Foi igualzinho a confiança que eu sentia depois que a primeira bola do jogo chegava ao meu gol e quebrava a barreira da ansiedade/insegurança. Realmente, dar aulas, palestras e afins é uma arte e deve-se estar preparado para aquilo. E eu estava.


Mas o que o fato de enfrentar uma platéia e ter alguns "cupis" tem relação com a minha coleção? É muito provável que você esteja perguntando isso. A semelhança seria a intimidação, mas nesse caso uma intimidação boa e que me conforta, que me engrandece para enfrentar tais situações quando entro no quarto das latas e me sinto vigiado por todas elas. 

Todos os dias de manhã ao acordar, claro que antes vem o afago de minha cachorra, encho uma caneca do Palmeiras de café e leite frio, pego uma bolacha, vou até o quarto delas e puxo um banco pra sentar. Ali, falo um bom dia como se eu personificasse elas (é muito comum personificarmos as coisas materiais e materializarmos as pessoas como diria Karl Marx) e aprecio meu café olhando e sendo olhado. Não posso ficar muito tempo lá dentro porque o sol de manhã ferve aquele quarto, contando que estamos em Ribeirão Preto e, somando ao calor...tem o fato da claridade da luz solar que devo tomar cuidado.  

A intimidação de um público é normal para aquilo que escolhi fazer, meus pensamentos podem alcançar mais pessoas do que num artigo publicado. E por fim, ser professor e lidar com isso todos os dias devia ser considerado um feito divino. 

Trilha de hoje Green Day - Are We The Waiting? - https://www.youtube.com/watch?v=6HXa2gVj4mg.

Obrigado por ter lido. ;) 

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