sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A lata de uma despedida

Bad trip louca manooo nessa semana. Muita coisa boa, ótimas notícias e Palmeiras campeão. Mas nada apaga a tristeza de ir embora de um lugar que tu tá a bastante tempo. Digo que é uma tristeza boa, pois vou partir feliz mas de coração engruvinhado por deixar coisas, pessoas e memórias daqui. 

Chegou a hora depois de 7 anos. Quero dar um tempo para minha cabeça, ter outra perspectiva de vida sem ser a acadêmica, sair um tempo da UNICAMP para quem sabe depois voltar melhor. Decisão difícil de tomar mas não tive saída. E algo que foi pensado em outubro, só caiu a ficha agora quando as coisas do apto foram emboras e com elas algumas experiências. 

Tá sendo foda escrever esse post sem ao menos lacrimejar os olhos. Cada espaço vazio, cada eco a cada passo que dou no apartamento é uma facada no meu peito, é mais um nó dado em minha garganta. E como é foda a despedida. Não só de pessoas, mas dos lugares. Como é foda.

Uma das coisas que a faculdade me proporcionou foi o aumento dos números de doações de latas para a minha coleção pela sensibilização que a galera daqui teve. Mas a partir de semana que vem, eu to ligado que as doações terminarão. Foram muitas latas que levei no trajeto Limeira - Ribeirão Preto. Latas que desde colegas de graduação, de pós-graduação, professores, funcionários e a Tia da cantina me forneceram e que sou muito grato, principalmente com os sets da coca-cola com os nomes na lata. E a última lata desse ciclo foi essa: 


O máximo de latas que levei em uma mala foram 31 latas. Claro que só tive que levar uma mala para elas. Mas colecionador é colecionador. 

De fato, esse post parece muito mais uma carta de despedida. E como toda despedida sempre tentamos não dizer adeus e sempre falamos até logo. A única coisa da qual me preocupei foi fazer um bom legado aqui e fazer as coisas para mim. Vou embora feliz, pelo o que fiz, pelas pessoas que gostei e pela demonstração de saudades por outras pessoas que nem fazia ideia que eu era importante para elas. 

Claro que os momentos ruins ficam, mas amanhã, em uma hora e cinquenta minutos do trajeto de volta para RP com meu velho, as lembranças e com certeza as lágrimas serão de felicidades e saudades. Com aquele aperto no coração, como você perdesse uma pessoa querida, vou partir. 

Ficam as cornetas, as zoeiras, as piadas, as palhaçadas, os dilemas, as sinceridades e é claro as bolas foras. 

Tchau UNICAMP, tchau Limeira, tchau apartamento 3, tchau pessoas. 

E um dia a gente se encontra: [https://www.youtube.com/watch?v=KWnzXLgYxvs]

sábado, 1 de agosto de 2015

Coca-cola: a marca e o sabor na minha coleção

Uma coisa tenho que dizer: Estava com saudades de escrever. Pra deixar mais claro, escrever no blog, numa linguagem informal e sem pressão profissional já que nos últimos quatro meses escrevi um trabalho de 86 páginas e outras produções. O engraçado é que decidi escrever nos últimos dias que tirei para uma reclusão pessoal ou mais conhecida férias antes de um semestre importante para minha vida. 

Confesso que tava indeciso sobre o tema deste post. Mas ao avaliar um trabalho monográfico no último mês que trata-se de patrocínios efetivos dos Jogos Olímpicos, optei por escrever sobre a Coca-cola. Bem curioso porque neste trabalho, me deparei com a informação que a Coca participa das edições de Jogos Olímpicos desde 1928 e seu contrato com o COI vai até 2028. Isso mostra como a marca é forte e é muito presente em nossas vidas, ainda mais na minha por ser um colecionador. 

Não é muito mistério dizer que minha segunda lata foi uma Coca zero com um rosto de uma moça nela. Lembro que havia pouco tempo que, no Brasil, tinha trocado o nome "diet" por "zero" e assim, ela foi comprada por míseros 0,40 centavos de dinheiros. Não é muito mistério dizer que o sabor que mais predomina em minha coleção é o sabor "cola" de tanto que a marca muda suas latas de acordo com eventos, feriados e adjacentes. Não é muito mistério dizer que a marca Coca-cola, que aqui inclui as latas de fanta, kuat, gatorade, alguns chás e energéticos, compõe quase que a metade de toda coleção e ao se tratar de latas de refrigerantes, ela compõe cerca de 80%.

Realmente ela muda muito suas latas. Muda tanto que uma vez perdi a realização em buscar/receber/comprar latas e até senti uma leve vontade de abdicar da coleção por se tornar algo obrigatório a obtenção e não mais por prazer. Porém, algo legal que a Coca faz é o lançamento de sets, como as homenagens ao Pelé, países que participam de Copas do Mundo, modalidades olímpicas, festivais e é claro nomes (pessoais, de cidades, de línguas). E se tratando de nomes nas latas, estes fazem com que eu tenha os maiores sets da colação:



Esta foto é da primeira versão que a Coca fez dos nomes pessoais. Na época, há três anos, era apenas nas latas de Coca zero e tinha apenas 75 nomes pessoais. Pois bem, consegui 72 (só faltou Ana, André e Rafa). No começo desse ano, ela lançou outro set, mas agora com 600 nomes, sendo que em latas continha uns 250 e uns biro-biros de nomes nas mais variadas latas (normais, zero, mini-normais, mini-zero). Este último set, consegui 96 latas e já é o bastante. Um fato engraçado é o tanto de nome feio que tem nelas tipo: não vou citar nenhum porque já me ferrei pra car*%& nisso. E sim, achei tanto Tiago como Thiago:



Hahahahahaha. Kellen!!! Enfim, há várias latas curiosas de Coca tipo, Coca de lata azul, verde, amarela; latas de vários países e a que mais curto é uma do Egito; lata de vários tamanhos, desde pequenas até grandes e latas de sabores de Coca diferentes como a descafeinada e a de cereja: 


De fato, a Coca tem um papel importante na minha coleção como marca e como sabor. Ela é uma das únicas marcas que aposta em latas pelo fato de mudá-las tantas vezes. E uma dica: não beba não. Depois da trigésima lata que tomei, eu apenas abro e despejo o liquido no ralo. Não posso mais suportar o sabor de Coca-cola mesmo que comprarei sempre suas latas. 

Pra finalizar, aqui vai dois links do Porta dos Fundos sobre os nomes nas latas:



Obrigado! =)





sexta-feira, 20 de março de 2015

13 Anos

Já é mais da metade da minha vida e pela correria desse ano, quase que me passa batido o mês de fundação do bang. Como disse no primeiro post não me lembro exatamente do dia em si, mas lembro do mês (março de 2002). O que isso significa? Não sei exatamente o nome, mas é algo legal, que me deixa feliz instantaneamente, algo que é infinito pois tende sempre a aumentar e desde que foi pra edícula tornou-se minha morada.

É claro que esse post será endereçado pra ela (até parece que é uma pessoa, tipo uma personificação das coisas) porque, hoje, ela é a mais bela coisa que construí até o momento. Me peguei falando dela outro dia num bar, com a galera da pós e é incrível como lembro das formas como consegui grande parte das latas, a marcas e os sabores das latas que se destacam (tipo a mais cara, a menor, a maior, o maior conjunto, a mais difícil, as que recebi de pessoas especiais, as que peguei em lixos, ruas e em mesas de bares e de restaurantes de outras pessoas). É incrível como consigo, rapidamente, saber se tenho uma lata ou não quando vou ao supermercado, a um bar, a um restaurante, quando alguém me manda uma foto no whatsapp ou simplesmente, me mandam características de uma lata. É incrível como ganho o dia ao receber uma lata de surpresa e me dá orgulho ao construir algo assim: 


É a foto mais recente (tirada agora pouco) e se tu for no álbum de fotos de capa no meu Facebook, verá a evolução da coleção a partir de 2012 por meio de 6 fotos:



E quanto ao quarto onde elas se localizam, é tipo um santuário pra mim. Me dá paz, relaxamento, acomodação, consolação e tranquilidade nos momentos ruins e exaltação e supercompensação nos momentos felizes. É como entrar num mundo criado por ti, onde te protege de todas as coisas que te ameaçam por fora. É como uma concha acústica que tu fica sem ouvir o que acontece lá fora. É como se fosse um "cantinho do pensamento" onde estou amparado por cerca de 2.600 latas (número aproximado, mas creio que esteja numa linha entre 2.550 e 2.650 latas). 

Por fim, me perguntaram semana passada qual a lata que mais curto. Não tenho resposta, na verdade seria todas pois é o mesmo pensamento de uma mãe com seus filhos. Tente perguntar pra uma mãe qual filho ela curte mais? Na minha opinião, ela responderá todos.

Feliz aniversário coleção!!! E que fique mais imponente a cada dia.

PS: Se tu ver uma lata de Coca-Cola norma e zero ou uma lata de mini Coca-Cola normal e zero, por favor me ajude, pois são cerca de 600 nomes nas latas. E se tu já tem uma lata com seu nome e guardou pra ti como uma forma de narcisismo, por favor me entregue ou entre em contato, pois tu guardará apenas por uns poucos meses e depois a jogará fora. Entregue ela a mim e tenha a certeza de que ela será bem guardada e cuidada. 

Pra finalizar de vez, segue o som que escutei ao escrever esse post. Claro que não escrevi em 4 minutos, mas é a música que mais que marcou neste momento: https://www.youtube.com/watch?v=b5QD_s_4QAg. "Forfun - Morada"

Como já é de praxe nos meus posts, não posso deixar de agradecer você por se permitir um tempinho pra ler esse post. 

Obrigado =)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Portugal

Aviso: Texto Longo

Congresso Luso Afro-Brasileiro de línguas (CONLAB). Grupo temático: Sociologia do Esporte. Título: A Miscigenação e a Copa do Mundo no processo da construção da identidade nacional brasileira. É o motivo que estou em Lisboa, Portugal (ou se preferir, o quintal do Brasil). 

Impressões? Muitas. Pensei que por ter a mesma língua e por nos colonizar, sei lá, Lisboa teria algumas semelhanças com o Brasil. Capaz, tem nada a ver. Infelizmente, me pareceu, a primeira vista, que aqui não era a Europa (a tal Europa de que tantos brasileiros falam) e isso se confirmou quando perguntei para alguns moradores. Ele disseram que realmente que outros europeus não consideram Portugal como Europa (no mínimo triste). A cidade é como qualquer outra capital de um país: Movimentada, pessoas de terno e gravata, carros oficias e etc. Mas o que mais me impressionou aqui foi a arquitetura mesclando construções muito antigas com edifícios contemporâneos. Conheci o bairro alto, cheios de bares e muitas escadas. Realmente as coisas aqui são bem acessíveis. Para você ter uma ideia, pode-se comprar um carro (de boinha) por apenas 500 euros. Algumas coisas eletrônicas me espantaram. Há máquinas que devolvem troco.

Uma coisa do qual não tinha consciência e que vi aqui foi a tal crise econômica. Me disseram que na Espanha está pior, mas sei lá, crise é crise e é foda para qualquer um. Aqui as coisas são baratas, muito baratas. Tipo, você pode pagar um belo prato de comida com entrada de queijos e pães por apenas 8 ou 9 euros. Roupas, tênis e etc. também são baratos. Café é barato (um pouco mais forte que o brasileiro). E o que dizer dos Vinhos (garrafas por 2 a 3 euros e os mais caros de 15 a 40 euros). Pasteizinhos de Belém (ou como eles chamam aqui, pastel de nata) excelentíssimos e muito baratos (Mãe, vou tentar levar). Não sei se é por conta da crise que os preços são baixos. Devem ser, porque aqui deve ter ocorrido uma deflação. Vi algumas pichações, cartazes contra a União Européia e contra políticas de austeridades. Realmente para alguns portugueses, não sei a maioria, a situação tá foda. E você que acha que o Brasil tá uma merda, dê uma visitinha aqui fera (nem vou entrar em questão de quem votou no Aécio ou não. Só penso que falam muito mal do país sem motivos ou sem qualquer argumento plausível), para ver como as coisas funcionam. Mendigos aqui, pelo menos os que vi, possuem casas, só não tem dinheiros para comer e ficam te pedindo para isso. Coisa do tipo: Senhor, passei o dia inteiro sem comer nada, você não tem 2 euros para eu comprar um lanche? 

Deixando a crise de lado e passeando como turista, as comidas são fartas pelos preços que elas têm. Comi desde massas aos mais variados tipos de carne de porco. Não como peixes e isso me fudeu aqui. Em qualquer buffet, tinha que ficar ligeiro pois eles colocam peixe em quase tudo. Na janta do hotel, vi uma salada de grão de pico e fui pegando. Ao dar a primeira garfada percebi algo estranho e quando vi era bacalhau. No almoço do congresso sempre havia um salgadinho frito, como se fosse um rissoles. Porém, ao morder, aquela porra também era de bacalhau. Mas o melhor prato que comi, foi uma bochecha de porco preto, com purê de batata e acho eu, com uns pedações de bacon. Carne Macia e nem precisava de muita força pra cortar. Delicioso mesmo. Outro prato foi um spaghetti carbonara, com molho de nata e bacon mais ou menos frito. Vinhos? Não era muito chegado, mas são realmente bem saborosos e combinam demais com o frio.

Ahhhhhh o frio. Sai de Ribeirão com 37ºC e cheguei aqui com 10ºC. Bem demais!!!!!! Alias, sai do Brasil como brasileiro e entrei em Portugal como italiano, cidadão da União Européia (exatamente o que estudo). Só que é muito frio. Mas tipo, muito frio mesmo. É tanto frio que foi a primeira vez que agradeci por ter pelos. Frio que o vento cortava a pele, deixava o nariz vermelho, às vezes as orelhas sem senti-las e as mãos totalmente gélidas. É muito frio, já me disseram que já foi pior, mas mesmo assim to curtindo pra porra.   

E o que falar da língua portuguesa falada por portugueses? Hahahaha, um tanto quanto confusa. Algumas pessoas entendo o que falam, outras não. Eles não tem gerúndio e alguém me chamou de puto aqui (puto = menino). Mas o mais dahora foi o café da manhã. Ao chegar no hotel, perguntei a recepcionista: 
- Tem café da manha incluído?
- Tem o pequeno almoço.
- Sim, mas e o café da manhã?
- O pequeno almoço. 
Vazei-me para o quarto e demorei algumas horas para perceber. Só fui entender ao ver uma tradução na legenda de uma série na Tv de breakfast. Aqui eles chamam café da manhã de pequeno almoço. Bem legal. Mas fora isso me comunico muito bem. É mais confortável do que um país com outra língua. Tu se adapta mais rápido. 

O congresso, de suma importância para o currículo e formação. Ótimas palestras e mesas redondas. Minha apresentação? Um tanto quanto tensa. Na platéia, só professores e nenhum aluno com a mesma titulação que a minha. E o melhor, quando abri meus slides para a apresentação, o computador da sala desconfigurou totalmente o que tinha feito (Ai você deve estar pensando: Burro, por que não salvou em PDF? O congresso pediu que o formato fosse ppt). Ainda bem que não perdi minhas falas mas esse ocorrido me deu uma certa angústia, tremedeira e um cagaço do tamanho do mundo. No final deu tudo certo, sugestões e críticas fortes para mim porém, pertinentes e o melhor, não pedi pra ligar o ar condicionado porque tava frio. 

Agora as latas, (propósito do blog não?). Fui mais de boa dessa vez, não comprei 38 latas e nem fiquei muito a caça. Fui atrás apenas das latas que mais caracterizavam Portugal:


Como a Sagres (cerveja um pouco mais forte que as brasileiras, mas quase igual), a Super Bock (cerveja de inverno) e as tradicionais Cocas (uma descafeínada), um refrigerante típico de laranja (Sumol) uma lata com dizeres em português clássico de Guaraná. E finalmente consegui achar a tal da 7up (setup). Dessa vez foram apenas oito latas e mais nada. A propósito, elas são baratas aqui também (cerca de 0,70 euros). 

Infelizmente não tive muito tempo para conhecer melhor Lisboa por conta do tempo que o congresso me tomou. Volto feliz para o Brasil e cada vez que saio para o estrangeiro, tenho a certeza de que o Brasil é o melhor país para se viver no mundo e foda-se. 

E o que escrevi aqui foram as minhas impressões que tive da viagem. Não leve em conta tudo isso. Tenha sua própria experiência. Só quero compartilhar a minha. ;)

Valeu Portugal, Valeu Lisboa, Valeu mana, Valeu pai e mãe, Valeu orientador, Valeu a mim e valeu a você que leu tuuuudo isso. =)

PS: sugestão de uma música: https://www.youtube.com/watch?v=MZXf1Wkv_KY