Ahhh... mês de março ta ai e com ele mais um aniversário da coleção. Não lembro o dia exatamente mas lembro com muito carinho desse mês. Agora são 16 anos dela (ou 5 Copas do Mundo e 4 Jogos Olímpicos). Latas e mais latas, mais lembranças, mais histórias e mais pessoas do que nunca. Grande que ela só, precisou passar por uma adequação nas estantes para acomodar as 2,5 mil a 3 mil latas (conta aproximada já que perdi a conta há uns 10 anos).
O momento que vivemos fez com que eu tivesse vontade de escrever uma das metáforas/paradoxos/simbolismo que minha coleção fornece para o meu imaginário e para um sentimento de escapismo da realidade. Já escrevi um post aqui dizendo sobre como ela é a minha morada, é meu canto, é minha reflexão. Porém, de tanto ódio, violência, infortúnio nos dias de hoje, quis escrever sobre como ela é o meu mundo. Pode ser o meu mundo paralelo, o meu mundo egoísta mas ele tem a ideia de meu mundo ideal e utópico.
A primeira premissa desse mundo ideal, de fato, é a paz. A paz (tirando quando um lata cai no chão e é o máximo da violência que vai ter) se mistura com a serenidade, o silêncio e o encanto. A segunda premissa é o estar aberto a qualquer tipo, origem, sabor, cor, nacionalidade, marcas e símbolos, ou seja, aberto a diversidade necessária para um bom convívio. Até porque, no começo da coleção confesso que fiquei travado em aceitar latas de outros times de futebol que não fossem do meu por causa do meu fanatismo. Não demorou muito para que eu aceitasse elas, afinal, são latas e esse é o propósito da coleção e nada mais. A terceira premissa, que repete de alguma forma a segunda, é o fato de ter várias latas de várias nacionalidades. Não só porque estudo o tema do nacionalismo e tals mas porque a variedade de nacionalidades e culturas encanta, embeleza e recheia minha coleção de aspectos culturais e históricos (ainda escreverei sobre uma lata da África do Sul).
A quarta premissa é de ter um mundo (pena que confinado numa edícula) onde a paz, a diversidade e as nacionalidades se convivem e que eu, ao olhar para ele, enxergo o reflexo de um mundo ideal segundo a minha própria perspectiva (sem demagogia). E essa lata da(o) Pablo Vittar exemplifica bem isso. Não a tenho porque ela é lata. Eu a tenho por isso e não somente por isso. Por ela levar e ser a voz de uma minoria que sofre demais e muito por ser o símbolo de uma diversidade, resistência e luta contra um ódio desenfreado.
O meu mundo ideal prega o respeito.
O meu mundo é utópico. Não fala, não se mexe.
Mas meu mundo foi construído pela forma de como eu queria que o mundo real fosse.
#Respeito
#MariellePresente
Trilha Sonora: Pantera - Revolution is my name (https://www.youtube.com/watch?v=_XI1DD_vJuY).
Trilha Sonora: Pantera - Revolution is my name (https://www.youtube.com/watch?v=_XI1DD_vJuY).