terça-feira, 23 de junho de 2020

Os números, a cretinice e o politicamente correto

Mano...tem sido uma bad trip tentar escrever para o Blog.  Não só esse mas para o outro que eu tenho também. Não é de hoje que a vontade e o impulso pra escrever não aparecem. Vem de mais tempo. Um tempo que eu estudava e queria viver desse sonho. Esse sonho passou...não há mais estímulos em mim para seguir na vida acadêmica. Transferir a culpa nisso é muito fácil...mas o verdadeiro culpado sou eu. Então, peço paciência pra caso a estrutura textual não seja das melhores. 

Uma coisa que fiz na quarentena foi recontar todas as latas da minha coleção. Ao todo...com uma margem de erro de 10 latas para mais ou para menos...foram contadas 2744. Pode ser um número grande pra ti mas para mim não é. São 2744 histórias em 18 anos. Dezoito anos são 6570 dias. Se você pegar uma calculadora aí vai ver que em 40% desses dias eu me dediquei a busca de latas. Não é pouca coisa mas vou parar de falar em números pq se continuo a fazer estatísticas sobre histórias...elas vão perder o seu significado. Tipo os números de mortes da Covid 19 no Brasil. São 51 mil pessoas perdidas e infelizmente para muita gente é só mais um número do que milhares de famílias em luto. Afinal, uma morte é uma tragédia...várias delas viram estatísticas. 

Além disso, venho falar dessa lata:


Demorou e está demorando para enfrentarmos temas que fazem qualquer almoço de família virar a explosão de Chernobyl: Racismo, Machismo, Homofobia, Gordofobia, Desigualdade social e tudo que foge da cretinice da perspectiva das pessoas brancas, privilegiadas e intocáveis. No meu caso em particular, a consciência crítica e política sobre algumas latas da coleção põe em cheque essas bandeiras das causas sociais que tanto levanto e simpatizo. 

Assim, quando vem uma lata igual a essa da foto (uma cerveja russa e na lata uma mulher com decote provavelmente servindo cervejas à homens) o políticamente correto pesa. Fico pensando se o fato de aceitar tais latas ou até mesmo comprar e estar financiando empresas com esse tipo de política cretina, preconceituosa e estereotipada...não fere as bandeiras que tanto apoio. Lembro que o maior exemplo que tenho na coleção é uma lata de cerveja da África do Sul que remete a cerveja mais consumida no período do Apartheid pelos brancos. 

Essa situação me leva a pensar sobre não aceitar tais tipos e propagandas em latas. Para um colecionador...Esse pensamento nem seria cogitado como um filtro no que deve ou não deve estar na coleção. Pra mim...Esse pensamento é recorrente por pelo menos uns 4, 5 anos.

Hoje, não tomei atitude se jogo fora ou não. A medida paliativa foi escondê-las atrás de um turbilhão de latas que me remete a diversidade e aquilo que me remete e que me dá uma esperança por um mundo mais suave.

Não sei o que fazer. Se tiver uma sugestão...me mande por favor. 

Obrigado pela leitura. 


terça-feira, 31 de março de 2020

Os "quase" últimos 18 anos de coleção

Segue uma narrativa da bad:

Deitado numa maca no pronto-socorro do hospital e já medicado e esperando os resultados dos exames para saber o que era o motivo de tanta dor nas costas e no peito esquerdo, começo a ver uns 4 ou 5 enfermeiros e enfermeiras me rodeando. Enquanto isso, chega a médica plantonista e fala:

- Tiago, precisamos conversar! 

Eu vi ela puxando uma cadeira pra ficar do meu lado e senti picadas de injeções de anticoagulantes na barriga e pensei:

- Isso só pode ser coisa séria.

A médica continua e sem rodear já foi direto ao assunto:

- Você tem pneumonia e suspeitamos que tenha algo pior no pulmão. Por isso, você ficará internado talvez na UTI.

Foi o primeiro gol de uma goleada sofrida naquela semana. Trabalhando muito, a primeira coisa que pensei era ter que pedir afastamento do trabalho e perder dinheiro (estupidez...eu sei...mas foi o que senti). Chamei meus pais e comuniquei que dali não sairia e ficaria no hospital. Não mencionei a UTI pq achei que era muita bad trip pra falar por WhatsApp. Depois de horas esperando a liberação do convênio para a internação, finalmente realizo o exame necessário: Uma tomografia com contraste. O diagnóstico: tromboembolismo pulmonar. Esse foi o segundo e o terceiro gol da goleada juntos.

Se você não sabe o que é essa doença é o seguinte: um coágulo se formou na minha corrente sanguínea (não se sabe ainda de como surgiu) e virou uma roleta russa dentro do meu corpo. Ou seja, ele podia parar em qualquer lugar e decidiu parar no meu pulmão esquerdo. Bloqueou a minha passagem de ar e me causou uma dor nas costas e no peito esquerdo além de uma falta de ar como se eu tivesse afogando. As consequências foram dois dias internado no hospital (no quarto e não na UTI pq meu corpo reagiu muito bem aos medicamentos e não precisei ficar sendo monitorado o tempo todo), não ter mais o controle do meu corpo e por isso depender de um remédio que talvez usarei por um bom tempo para me manter vivo, ser agora grupo de risco de qualquer doenças que envolvem o trato respiratório (inclusive a Covid-19) e sustentar uma bad trip mental sem tamanha até hoje. Esses foram o quarto gol sofrido.

Quando estava internado, não tinha a noção do que aconteceu e nem da gravidade da questão mesmo vendo a preocupação da minha família, amigos e namorada. A médica responsável do hospital veio até o quarto e veio falar comigo. Percebeu que eu estava com um semblante normal e perguntou:

- Acho que vc não tem ideia da gravidade do que aconteceu contigo.

Respondi que não e ela:

- Quando vc receber alta, sua ficha vai cair.

Era uma terça feira de manhã, eu assistindo American Chopper, ela entra no quarto segurando os papéis da alta e os laudos de todos os exames que fiz e diz:

- Tiago, vamos pra casa?

Me levantei igual uma lontra cheirada, me troquei, assinei todas as papeladas da alta, agradeci todos e todas que cuidaram de mim e esperei meu pai vir me buscar. Na minha cabeça, a bad bateria um tempo depois, porém ela veio igual um buffalo quando entrei no carro e estava indo pra casa. Foi no caminho pra casa que senti o quinto e o sexto gol da goleada.

Aquele dia foi todo choroso pra mim. Queria ficar em silêncio, não suportava a ideia de não ter o controle do corpo e ser mais vulnerável com apenas 29 anos. Foi a segunda vez que enfrento uma situação de vida ou morte. Na primeira vez eu tirei de letra. Dessa vez eu sofri mais. Muito mais. Fiquei incrédulo e se pá estou até hoje. 

Porém, a primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi ir ao quarto das latas. Fiz sem pensar. Não tive a consciência de que estava indo lá e só prestei atenção quando me peguei de frente com elas. Quando tô na bad, uma coisa que eu faço é ficar do lado de uma das estantes e reparar, com os meus meros 1,80m de altura, o quão altas são as estantes que suportam todas as latas e me sinto abraçado e acolhido. 



Essa lata que escolhi (presente do meu amigo Eduardo) ilustra esse texto não só pq o assunto foi vida e morte, mas sim, pelo momento que vivemos hoje de pandemia (me desculpa se isso é macabro).

A última coisa que queria relatar é que no primeiro dia em casa depois das alta, eu estava assistindo Moneyball com o Brad Pitt e tem uma cena que ele fala que o importante não era, necessariamente e tão somente, as vitórias conquistadas, mas sim, o legado o qual vc quer deixar quando partir ou o que vc agregou para aquele momento histórico além de ter vitórias ou derrotas. Ele conclui que ele queria fazer algo que importasse. O meu legado seria, se eu tivesse partido, toda a minha coleção que por mais que possa parecer simplória e materialista, ela seria meu legado, minha construção e meu mundo. Foi nesse momento que senti que a goleada devia parar e começar a reagir, embora tenha noites que ainda perco.

Agora estou bem. Não terei sequelas no coração e no pulmão e terei cuidados diferentes pro resto da vida.

Obrigado por ler e deixo o link da cena do filme: https://youtu.be/IgKQ8z_xNhk.


sexta-feira, 29 de março de 2019

A busca pela paz e os 17 anos

Criar e manter algo por 17 longos anos tem seus desafios, suas benesses e seu ônus também. 17 anos. 17. Mais anos do que a mentalidade de muita gente por ai. Mais anos do que eu tenho de vida adulta. 17 anos é tempo e tempo para possuir aproximadamente 2400 a 2500 latas.

Mais do que ter esse número de latas (que pra mim é pouco ainda) as melhores coisas de ter a coleção é por possuir um espaço de paz, silêncio e conforto. Justamente nesse período tão assombroso com falta de humanidade e de caráter, tal espaço construído se reserva para mim um ambiente de refúgio de uma dignidade e de uma busca pela paz.

Talvez eu não seja a única pessoa com esse sentimento, mas nos últimos meses tenho sentido muita raiva, ódio e muito consternamento por opiniões, atitudes e principalmente escolhas de pessoas que antes eram exemplos e hoje infelizmente não são mais. E inclusive para tentar diminuir esse sentimento, tento voltar a escrever e preencher minha coleção não apenas com a compra de latas...algo que seria muito material e mesquinho...mas sim com carinho e dedicação para melhorá-la e desenvolvê-la da maneira que ela merece e eu mereço.

Nunca nesses 17 anos eu precisei tanto delas como nesse momento. Creio que a melhor maneira de controlar todos esses sentimentos ruins seja glorificar e dar uma relevante importância do tempo para aqueles e aquilo que nos trás positividades. E já escrevi num dos textos passados o quanto a coleção é a minha morada (a casa de sentimentos bons onde a má fé não morada e a morada não se vinga) e é disso que preciso e é disso que vou utilizar para preencher meu coração e minha mente de coisas boas.

Para comemorar os 17 anos, adquiri uma lata de uma cervejaria da minha cidade natal a qual eu esperava por muito tempo uma edição em latas:



Para finalizar, a cada ódio sentido só um carinho pode curar e é disso que preciso. Aliás, todo o país está precisando.

Trilha sonora de hoje: https://www.youtube.com/watch?v=S_cNj3F1dCE.

Gentileza gera gentileza. 


sexta-feira, 23 de março de 2018

O mundo ideal e utópico: os 16 anos.

Ahhh... mês de março ta ai e com ele mais um aniversário da coleção. Não lembro o dia exatamente mas lembro com muito carinho desse mês. Agora são 16 anos dela (ou 5 Copas do Mundo e 4 Jogos Olímpicos). Latas e mais latas, mais lembranças, mais histórias e mais pessoas do que nunca. Grande que ela só, precisou passar por uma adequação nas estantes para acomodar as 2,5 mil a 3 mil latas (conta aproximada já que perdi a conta há uns 10 anos).  

O momento que vivemos fez com que eu tivesse vontade de escrever uma das metáforas/paradoxos/simbolismo que minha coleção fornece para o meu imaginário e para um sentimento de escapismo da realidade. Já escrevi um post aqui dizendo sobre como ela é a minha morada, é meu canto, é minha reflexão. Porém, de tanto ódio, violência, infortúnio nos dias de hoje, quis escrever sobre como ela é o meu mundo. Pode ser o meu mundo paralelo, o meu mundo egoísta mas ele tem a ideia de meu mundo ideal e utópico.

A primeira premissa desse mundo ideal, de fato, é a paz. A paz (tirando quando um lata cai no chão e é o máximo da violência que vai ter) se mistura com a serenidade, o silêncio e o encanto. A segunda premissa é o estar aberto a qualquer tipo, origem, sabor, cor, nacionalidade, marcas e símbolos, ou seja, aberto a diversidade necessária para um bom convívio. Até porque, no começo da coleção confesso que fiquei travado em aceitar latas de outros times de futebol que não fossem do meu por causa do meu fanatismo. Não demorou muito para que eu aceitasse elas, afinal, são latas e esse é o propósito da coleção e nada mais. A terceira premissa, que repete de alguma forma a segunda, é o fato de ter várias latas de várias nacionalidades. Não só porque estudo o tema do nacionalismo e tals mas porque a variedade de nacionalidades e culturas encanta, embeleza e recheia minha coleção de aspectos culturais e históricos (ainda escreverei sobre uma lata da África do Sul). 


A quarta premissa é de ter um mundo (pena que confinado numa edícula) onde a paz, a diversidade e as nacionalidades se convivem e que eu, ao olhar para ele, enxergo o reflexo de um mundo ideal segundo a minha própria perspectiva (sem demagogia). E essa lata da(o) Pablo Vittar exemplifica bem isso. Não a tenho porque ela é lata. Eu a tenho por isso e não somente por isso. Por ela levar e ser a voz de uma minoria que sofre demais e muito por ser o símbolo de uma diversidade, resistência e luta contra um ódio desenfreado. 

O meu mundo ideal prega o respeito. 
O meu mundo é utópico. Não fala, não se mexe.
Mas meu mundo foi construído pela forma de como eu queria que o mundo real fosse. 
#Respeito
#MariellePresente

Trilha Sonora: Pantera - Revolution is my name (https://www.youtube.com/watch?v=_XI1DD_vJuY). 

   

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Aparência x Essência: A sociedade do Status

Uma das minhas propostas de estudo no meu Mestrado foi o contexto histórico, político, econômico e sociocultural que vivemos ou estamos vivenciando seu fim ou sua readaptação, a Globalização. Me aventurei por disciplinas nas quais eram complicada a interpretação e o entendimento, mas com o tempo isso foi sendo contornado. E uma das coisas descobertas e pensadas por mim foi o quanto é determinante, influenciador e preponderante o dinheiro em nossas vidas, nos nossos modos de pensar, agir e principalmente em julgar. 

Por isso, considerei o Capitalismo e suas fases (liberalismo econômico, keynesianismo, neoliberalismo e etc.) como o maior processo civilizatório que temos desde que o sistema econômico mundial mudou do Feudalismo/Escravidão para a Revolução Industrial. Inclusive, esse termo "Processo civilizatório" foi um dos ganchos para comparar o mundo com o esporte (isso porque o esporte também tem um caráter de processo civilizatório...mas isso é para o outro blog). Para dar um tapa melhor nesse pensamento, segue uma parte de minha dissertação:

"Parece adequado presumir que se houve mudanças econômicas e políticas na forma de gerir o capital financeiro, nas transações financeiras e nas formas de governar os Estados-nação (neoliberalismo), houve também, mudanças nos aspectos sociais e culturais das instituições e das pessoas que vivem esse processo, mais que econômico, da globalização. O motivo disso é a característica do capitalismo como um processo civilizatório. Podemos observar que devido à força, a complexidade, a abrangência e a expansividade do capitalismo como processo civilizatório, as mais diversas formas de organização das atividades produtivas e da vida social tendem a ser recobertas, subordinadas, modificadas ou dissolvidas por esse processo, segundo Ianni (2001). E se considerarmos realmente o capitalismo como um artefato civilizatório, o processo da globalização, pensado como a internacionalização dos capitais, ocasiona nas sociedades atuais mudanças contínuas nas suas formas de lidar com o mundo nos seus âmbitos sociais e culturais" (p.61).
Portanto, esse processo civilizatório que eu descrevi, ao meu modo de ver, nos leva ao Status, a busca incessante por status, pela aparência, por aquilo que queremos ser vistos e não por aquilo que queremos ser pensados. É sobre essa forma de viver o mundo que eu volto a escrever hoje, pois se você não se encaixa nessa forma de pensamento e de subordinação para que você serve então? Não era para ser tão difícil fazer o que gosta e manter a realização dos seus sonhos em dia. Porém, com esse processo civilizatório e na Sociedade do Status (Metaforizando Guy Debord quando ele conceitua a "Sociedade do Espetáculo") é totalmente difícil, árduo e tenebroso manter sonhos que possuem longos prazos para se realizarem. Mas isso não importa, não importa seu sonho ou o que você pensa em fazer. O que importa é o resultado, o que  importa é o seguir a cartilha (que é a mesma de 200 anos atrás): trabalhar, casar, ter família, aposentadoria e morte. Ou pior, o que importa é seguir regras sociais e ter o crivo, a aceitação de pessoas que você não devia dar atenção. 

Para essa última frase, lembro do livro do "Fight Club" com um ótimo pensamento (Ah Chuck, azar daqueles que pensam que os seus livros são mera ficções sociais): "Compramos coisas que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para impressionar pessoas de quem não gostamos". 

E o que melhor representa todos esses pensamentos e desabafos (queira pensar como quiser) é essa "nova" lata aqui: 

  
Tá ligado que a Fanta quer aumentar seu espaço no mercado. Mudou de visual, mudou sua forma de propaganda e etc e lançou uma Fanta Guaraná. Pois bem, nada mais justo de tentar alcançar a concorrência com algo novo e que possa fazer diferente...mas lembra da aparência x essência? Então, a aparência é nova, dahora, bonita, do caralho, mas a essência meu caro e minha cara, não é não hahahahaha. Essa, tive o prazer de experimentar. E ao dar o primeiro gole, o gosto era de Kuat (que não saiu do mercado) e foi lançada à uns 18 anos para concorrer com o Guaraná Antártica. Ou seja, bom para a coleção que ganhou mais uma lata. Ruim para aqueles que achavam ou procuravam por algo maior de conteúdo. 

Só para deixar claro, acho que todos gostam de ganhar ou ter dinheiro. É o nosso jeito de sobrevivência e barganha aqui. A minha crítica é a forma de como ele é usado para o poder, a subordinação, o julgamento e para o corrompimento dos valores, crenças e sonhos que você acha certo em seguir e lutar. 

É bom voltar a escrever. Me faz tão bem. :)

Apesar da caralhada de pensamentos que fiz aqui, obrigado pela leitura e desculpa se algo o/a incomodou. 

O som de hoje: Blink 182 - Story of a lonely guy (https://www.youtube.com/watch?v=UWNtFF07Nj8).

segunda-feira, 27 de março de 2017

15 anos e mudanças

Como não poderia deixar de faltar...um texto em março. Março comemoro 15 anos de coleção e 15 anos de algo construído quando você tem 26 anos é de fato algo realmente significativo. Por causa disso, não irei hoje falar sobre uma lata específica ou um set específico, mas sim, dela inteira novamente e sua relação com os momentos de minha vida.

Acho que todos nós temos medo de mudanças. Se não é medo, seria ansiedade, cagaço e etc. Mas pior que isso é ansiar por mudanças, criar expectativas e tals. Elas nos tiram do sofá do conforto, daquele quentinho da estabilidade, daquele gosto pelo que é controlado. E depende muito do momento que passamos pra saber se ela mexe mais na vida pessoal ou na profissional. Nesse momento, vivo nos dois...pelo relacionamento pessoal que vivo hoje e pelas expectativas que podem ou não acontecer com minha carreira. 

Deixando a filosofia de lado,,,minha coleção também passou por uma mudança. Foi lá no natal e demorei pra escrever sobre:


Ganhei uma estante nova de presente do meu Pai de natal. Necessitava disso, pois o espaço tava escasso. A estante é aquela normal, grande e tals...6 prateleiras. Cerramos e dividimos em duas. Uma parte está guardada e a outra foi posta sobre a terceira estante (a que está de frente para a camera). Subi as que estavam na parte debaixo para as parte acima. Rapaz...deu um trabalho da porra (subir escada, colocar latas em baldes e lembrar as ordens que elas estavam) mas deu certo. Pudi rever umas latas que estavam escondidas e melhor ainda, ganhei uns 3 ou 4 anos de espaço para as latas. Pena que o quarto tá ficando pequeno hahahahaha. 

Tá ficando foda de tirar foto. 

Se talvez não fosse as mudanças, não andaríamos na vida.

Parabéns coleção. A cada dia mais robusta, cada dia mais viva, cada dia mais feliz e cada dia mais minha. 

Agradeço a sua leitura. =)


terça-feira, 4 de outubro de 2016

Alemanha - Parte 3

Schwäbisch Gmünd (ou no simples e bom português: Chivébichi Guimund),

Foi a última parada e a maior estadia na Alemanha. Fica no sudoeste do país, quase 40km de Stuttgart (a maior cidade mais perto dela). Cidade onde mora meu irmão mais velho e sua família e cheguei lá de trem depois de Frankfurt. Mais fácil, mais cômodo, mais seguro, leva mais pessoas e o custo de manutenção deve ser mais barato de que um ônibus/rodovia. Em Schwäbisch era mais frio porque estávamos no alto de uma montanha, mas demos sorte pelos dias ensolarados que fez (que chamávamos de céu do Brasil) com temperaturas de 15° a 20°C. 

Uma cidade dahora e que representa de forma simples o jeito mais tradicional da Cultura Alemã. Sempre falei e penso que a melhor forma de se conhecer um país e sua cultura, além do esporte...é conhecer as cidades do interior/cidades pequenas. Não desprezo os grandes centros, as grandes cidades mas todas elas são mais do mesmo. 

Caminhávamos num parque onde há uma pequena floresta (sem animais além dos cervos e de seres humanos). Nesse parque jogamos mini golf (sozinho deve ser um saco), brincávamos com esculturas de água, havia uma sessão de dinossauros, grandes gramados, uma sinuca de futebol, uma fazenda com Pacas e por fim uma torre de 9 ou 10 andares que podia visualizar toda a cidade. Lá também dei umas corridas dentro da floresta e ao redor de uma plantação que não reconheci o que era. 

Foram tantos passeios. Uma visita à um monastério do século XII em Lorch, que por sinal era algo novo e impressionante para mim pois não tem esses locais tão antigos no Brasil por conta da sua idade. Uma visita à Stuttgart no museu da Mercedes-Benz e por fora do Estádio que também leva o nome da escuderia. Confesso que em determinados momentos eu prestava mais atenção no treino de futebol do time do Stuttgart do que nos carros (dava pra ver o CT do prédio do museu). A propósito quase tudo lá tinha o nome da Mercedes-benz: o estádio, restaurantes, bares, prédios, motéis. Íamos ao centro da cidade de Schwäbisch no final da tarde para tomarmos café (que eu dispensava e tomava outra coisa) e comíamos deliciosos pedaços de bolos (o que eu mais curti foi era o de Floresta negra = típico da região). 

Foram tantas coisas feitas, tantos pratos bons, bebidas e sobremesas excelentes que se contar tudo irá ficar um post longo. Um fato que gostaria de escrever é sobre a experiência mais paterna que já presenciei em minha vida ao ajudar a cuidar, olhar, segurar, brincar e passear com minhas sobrinhas. Disse no primeiro post sobre a Alemanha e repito = é um sentimento que bate de uma humanidade melhor. E o fato que mais me fez...sei lá...ter esse sentimento era quando lia livros em português para elas antes de dormir. Não que eu pensasse que fosse fazer isso mas elas que pediam pra ler livros como "O homem-biscoito" " Fante vai ao zoológico" e "Até as princesas soltam pum". 


Prometi que as cervejas iriam aparecer e aí estão elas. Ao todo 39 latas na foto mas na realidade são 40 porque peguei mais uma no aeroporto voltando pro Brasil (uma lata da Starbucks). Bati as 38 latas que trouxe dos EUA em 2012 (futuro post) e é claro que ocupou um belo espaço na mala e que teve uma engenharia de proteção com a caixa onde se encontram. Das 40 latas, 15 são de cerveja, 14 de refri, 4 de chá, 3 de Whisky (absurdamente horríveis), 1 de rum, 2 de energético e uma de café. A melhor cerveja delas, de acordo com o meu gosto, foi a Krombacher, uma das mais famosas aqui. E o que eu já esperava aconteceu. Latas muito baratas com o exemplo da Paulanner que custa 0,85 centavos de euro (no Brasil já vi por 23 ou 26 Temers). 

Já estava namorando algumas latas desde Alzenau e Frankfurt e com isso fui apenas 3 vezes ao supermercado para ter as 40...que se custaram 30 euros ao todo foi muito. Não podeira deixar te ter as latas de coca-cola: 6 ao todo; uma lata do Bayern de Munique e uma outra lata bem particular que será o tema do próximo post. 

Estou escrevendo esse texto à mão dentro do avião voltando pro Brasil e prometo não alterar quando for digitar pra publicar. Escrevo porque não consigo dormir e também porque não gosto de aviões e escrever está me acalmando. A pior parte é a decolagem e quanto tento dormir...essa porra balança. É incrível como algumas coisas aqui me remete ao filme/livro "Clube da Luta". Tipo...o vídeo de instruções de segurança onde os passageiros estão felizes e calmos quando uma situação de perigo acontece...ou a história da máscara de oxigênio que não só nos ajuda a respirar mas também nos deixam chapados pra perder a consciência do que acontece. De fato, tiro o chapéu para as comissionárias e comissionários que trabalham em empresas de aviação. 

Por fim, foi foda hoje (que na verdade foi ontem quando eu passar pro blog hahahaha). Outra coisa que não curto são despedidas. Hoje, todos meio que acordaram em silêncio e os assuntos não vieram facilmente como antes seja em alemão, inglês ou português. As crianças também sentiram esse clima de despedida e nós então nem se fala. Os olhares de saudades já tomavam conta e não adianta se achar o durão ou machão porque nessas horas o bang é foda. Ao despedir de todos, as palavras mal saíam da minha boca tamanho era o nó na garganta. Ter familiares que moram longe nos fazem passar por isso. Pra piorar, no carro indo pra estação de trem...tocava uma porra de uma música da Adele triste pra caralho. Mas faz parte...é a vida.

A trilha sonora desse texto ficou a cargo da Lufthansa e sua sugestão para o novo álbum do Red Hot Chili Peppers "The Getaway". Na minha opinião, as melhores faixas são "Encore" e "The Hunter".

Bebi pouca cerveja viu. E como é importantíssimo saber falar inglês.

Agora faltam exatamente 4:53 min pra chegar na Pátria Amada. Provavelmente vou tentar achar um bang aqui pra ver, já que não vou dormir mesmo.

Danke Deutschland; Danke Schwäbisch Gmünd; Danke Familie...Auf Wiedersehen.